Mutirão da saúde, um fato novo?

No último final de semana, participei de um "mutirão" da saúde, da especialidade ortopedia, muito bem organizado pelo CISMEPAR Londrina. A iniciativa abrange uma série de municípios do consórcio de saúde e vai correr todos os sábados, provavelmente até outubro. O objetivo é realizar uma triagem dos pacientes - quase 15 mil - que encontram-se em uma fila "impensável" de espera. Junto com outros oito colegas ortopedistas pudemos ajudar nessa longa caminhada "em busca de saúde". O que mais choca e incomoda é que grande parte desta população está realmente desassistida.

Vários fatores contribuem para isso, desde a ignorância (há pacientes há mais de 8 anos esperando tratamento adequado) até o despreparo do nosso sistema de saúde e das "autoridades" que fazem que cuidam e encaminham a verba à saúde. Concursos públicos e cabides de emprego público dão o tom também de colegas médicos que, confortavelmente sentados em sua poltrona do consultório dos postos de saúde e de hospitais, "se negam" a oferecer tratamento adequado e promovem "atendimentoterapia" ou "empurroterapia", sem realmente se interessar pelo diagnóstico ou tratamento mais adequado.

A divisão de sistemas de atendimentos como unidades básicas, pronto-atendimentos, hospitais primários e terciários é fundamental, mas há de se definir realmente o pepel de cada um, equipar com materiais e material humano dentro das expectativas criadas. Não menciono nem a remuneração para tais atendimentos, pois isso já se tornou histórico e histérico questionar.

Espero que os prefeituráveis olhem realmente com carinho, retidão e atenção para saúde da nossa populaçõa, para a educação básica (que muito colabora) para que nos informemos sobre cuidados básicos de saúde, por exemplo. Independente de qual partido político, formação ou ideologia precisamos respeitar mais o ser humano. Enfim, dignidade merece ser revista por todos nós que cuidamos da saúde dos outros.